Educação física na alfabetização corporal
É participando, interagindo, ajudando, planejando e interferindo que conhecemos diferentes manifestações culturais, esportivas e sociais, que a Educação Física está ampliando seu papel nas escolas. Mais do que o movimento pelo movimento, o que importa atualmente é conhecer e desenvolver as manifestações corporais. Além do jogo (com suas estratégias práticas) e das atividades de relaxamento e alongamento dos músculos, é preciso ensinar a importância da afetividade, do trabalho em equipe e da convivência com diferentes pessoas e grupos.
E na Educação Física é essencial trabalhar a alfabetização corporal. Existe um vocabulário motor, uma 'fala' do corpo, e é possível fazer a turma avançar apresentando novas experiências e propostas de ação. Assim, uma ampla gama de atividades deve ser proposta para os alunos ampliarem seu repertório de vivências. Se os meninos não gostam de dançar e as meninas têm menos força física, essas características precisam ser respeitadas, mas cabe ao professor criar atividades que valorizem todas as características, já que o propósito atual do ensino de Educação Física não é mais revelar atletas, como já foi comum no passado.
Por exemplo, o futebol precisa ser trabalhado com a adaptação de regras de acordo com o grupo. Não pode ser a reprodução do esporte profissional que acompanhamos pela televisão. Esse trabalho fica mais fácil quando o professor constrói junto com a garotada as práticas corporais a estudar, aproximando a escola daquilo que é feito na comunidade. Se o funk, o hip hop e o rap são muito presentes nela, é uma ótima pedida levá-los para as aulas. Isso faz com que todos participem com mais interesse.
Como o foco não é mais só correr e pôr a turma para jogar bola, a maneira de transmitir os conhecimentos precisa ser diversificada. Por isso, a Educação Física não tem lugar apenas na quadra, mas na sala de aula, na de vídeo, no pátio, em palestras de profissionais e visitas a academias de ginástica e escolas de esportes. O caderno passa a ser o espaço para registrar descobertas e ref lexões, criar brincadeiras e regras, pesquisar e observar experiências. Não há 100% de garantia de que o uso de materiais variados resulte em boas aulas. Mas, se forem bem usados, eles tornarão as aulas mais ricas.
E aí, professor? Preparado para esse desafio?
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