Atletas olímpicos têm algo para ensinar sobre atividade física?

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Durante as últimas duas semanas, os brasileiros aprenderam mais sobre esportes até então pouco conhecidos, sofreram com alguns resultados frustrantes, vibraram com vitórias surpreendentes e conheceram mais de perto a trajetória dos protagonistas dessa festa do esporte: os atletas.

Mas será que atletas olímpicos têm algo para ensinar para a maioria da população brasileira que se divide entre sedentários e praticantes de atividade física recreacional? Antes de tudo, é preciso compreender que atletas de nível olímpico não são fruto apenas de horas de treinamento e dedicação. Performances esportivas extraordinárias são produzidas a partir de uma combinação de fatores que mantém estreita relação entre si. Atletas realmente competitivos surgem quando há uma integração ideal entre hereditariedade, habilidades motoras, biotipo físico, aspectos motivacionais, ambiente, traços da personalidade, treinamento e afinidade com o esporte.

As pesquisas sobre o assunto, publicadas até agora, levam a crer que o fator genético é predominante no processo de seleção de talentos esportivos, porém para que os atletas alcancem os melhores resultados nas competições, o tal fator genético precisa encontrar condições externas favoráveis que permitam a sua expressão máxima. Em contrapartida, mesmo que as condições externas sejam as mais favoráveis possíveis, se os atletas não estiverem "equipados de fábrica" com o conteúdo genético adequado o desenvolvimento esportivo será limitado.

Compreendam que qualquer pessoa poderá aperfeiçoar sua aptidão física e desenvolver suas habilidades esportivas com treinamento adequado, mas infelizmente poucos, pouquíssimos terão condições de chegar ao nível competitivo de um atleta olímpico. Os atletas egressos de projetos sociais e com comoventes histórias de superação realmente são inspiradores, mas o sucesso de um atleta não depende apenas do quanto ele deseja ou de quão difícil foi sua trajetória. Se através de projetos sociais esportivos é possível ampliar o número de crianças expostas ao esporte desde cedo, logicamente aumenta a possibilidade de detectar talentos precoces e, a partir daí, investir na formação de um provável atleta de alto rendimento. Entretanto, considero muito mais significativo do que encontrar potenciais atletas olímpicos o conjunto de benefícios para a maioria das crianças envolvidas nesses projetos: inclusão social, mudanças positivas de comportamento, menor exposição ao risco, melhor rendimento escolar, aprendizagem das modalidades esportivas e aperfeiçoamento do desempenho motor.

Então, mesmo sabendo que atletas olímpicos representam a exceção e não a regra entre os praticantes de esportes e demais atividades físicas, penso que há muitas semelhanças que podem ser inspiradoras. A busca pelas medalhas, por exemplo. Isso mesmo, você não leu errado, a diferença é que as nossas medalhas são outras: perder 3 quilos, aumentar 2 centímetros no perímetro do braço, caber dentro de uma calça perdida, completar uma prova de corrida, reduzir o colesterol... Enfim, se o que leva os atletas olímpicos a acordar cedo, dedicar-se ao treinamento e abdicar de prazeres contraproducentes é a vontade de conseguir uma medalha na competição, não vejo problema algum em fazer a comparação. Afinal, muitos de vocês leitores também fazem o mesmo por motivos diferentes.

Sua medalha é sua meta em relação aos exercícios físicos, qualquer que seja. O importante é defini-la, traçar um plano de ação (preferencialmente com o auxílio de um profissional de Educação Física qualificado) e AGIR. Garanto que ao conseguir cumprir essa meta a sensação é muito prazerosa e, pelo menos por alguns instantes, você poderá mandar a genética às favas.

Bons treinos!

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