Alimentação na prática do exercício físico
A atividade física é qualquer movimento corporal não programado que promove o gasto de energia, como passear com o cachorro, cortar a grama e lavar o carro. Já o exercício físico é a atividade física planejada que visa melhora na resistência física e habilidades motoras, como nadar ou correr. O interesse por estas mudanças no estilo de vida requer atenção: alterações nos hábitos alimentares e o início de uma atividade física programada devem ser acompanhados de perto por profissionais. Porém, devido à maior facilidade de troca de informações nas redes sociais, as dicas de nutrição e exercício físico são cada vez mais disseminadas na Internet, mas muitas vezes não são fornecidas por profissionais e podem não ter embasamento científico.
Diversos estudos mostram uma relação positiva entre a prática de exercício físico e a prevenção de diversas doenças, como doenças cardiovasculares e diabetes, já que o exercício é capaz de provocar uma melhora do perfil lipídico (aumento do HDL-c, diminuição do LDL-c e triglicérides) e da sensibilidade à insulina. Um estudo realizado por Gill e colaboradores na Inglaterra em 2006 com homens de 37 a 57 anos demonstrou diminuição do colesterol total, do LDL-c e do VLDL-c e aumento do HDL-c após uma única caminhada de baixa intensidade na esteira com duração de 90 minutos. Logo, a prática de exercícios é indicada para a manutenção da saúde e prevenção de agravos, e deve ser realizada da maneira correta e sob orientação profissional. Além disso, a atividade física não programada também é benéfica, visto que o simples fato de manter o corpo em movimento traz benefícios à saúde e, o melhor de tudo, envolve atividades que podem ser realizadas em ambientes abertos, mais acessíveis e com companhia, como parques, pistas de caminhada e até mesmo em casa. De acordo com a Estratégia Global em Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2004, ao menos 30 minutos de atividade regular de intensidade moderada com uma frequência quase diária reduzem os riscos de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.
Em alguns casos, a busca fissurada pela perda de peso ou melhora da aparência de um modo geral faz com que os adeptos à prática de exercícios físicos desconsiderem a importância de uma alimentação saudável e adequada, e este "detalhe" é deixado de lado ou não é realizado sob orientação profissional. Uma alimentação adequada e equilibrada está diretamente relacionada à prática de uma atividade ou exercício físico. Tendo em vista todo este contexto, este artigo tem por objetivo reunir informações sobre a alimentação no exercício. Vale ressaltar que as sugestões que trazemos aqui são voltadas para o público que pratica exercícios físicos para melhorar sua resistência física, sem fazer desta prática sua profissão ou principal atividade.
Sempre é necessário ter em mente o cuidado com uma boa alimentação em dois momentos: antes e depois do exercício. No entanto, uma alimentação saudável também é essencial nos demais períodos do dia, por meio do fracionamento das refeições, do consumo adequado de frutas, verduras e legumes e da baixa ingestão de alimentos ricos em gordura e açúcar.
Durante o exercício físico, é necessário que o nosso corpo tenha energia disponível, proveniente dos alimentos que ingerimos. Assim, cerca de uma hora antes do exercício, devemos realizar uma refeição que contenha principalmente alimentos fonte de carboidratos, que é o principal nutriente responsável por fornecer energia para o organismo. Os carboidratos estão presentes nos pães, cereais, massas, batata, mandioca etc. Quando possível, é preferível que esses alimentos sejam consumidos nas versões integrais (pão, arroz e cereais integrais), já que estes são capazes de fornecer energia por um período de tempo maior. Algumas opções para este momento são: uma banana com aveia, um sanduíche de pão integral com geleia ou uma tigela de cereal integral com uma fruta picada.
Logo após a atividade física, é importante que a energia gasta durante o exercício seja reposta. Sendo assim, nesse momento também devem estar presentes os alimentos fonte de carboidratos, neste caso, nas versões não integrais (pão branco, arroz branco, frutas, mel etc.), que nos fornecem energia mais rapidamente. Além disso, devemos também ingerir alimentos fonte de proteínas, como leite e iogurte desnatados e queijos magros, pois este nutriente é responsável pela recuperação e regeneração muscular. Algumas opções que combinam estes dois nutrientes são: vitamina de banana com leite desnatado, iogurte com fruta ou coalhada com mel.
Além da alimentação, a hidratação também é um ponto chave quando se fala em exercício. Para um bom rendimento, não podemos nos esquecer de ingerir água antes, durante e depois da atividade, pois quando nos exercitamos perdemos muito líquido através do suor. Mesmo quando não sentimos sede, o nosso corpo já pode estar precisando de água. Assim, a sede já é um dos sinais iniciais de desidratação. O maior gasto de energia durante o exercício aumenta a necessidade de nos hidratarmos, por isso não deixe de beber água neste momento!
Dessa forma, a prática do exercício físico aliada a uma alimentação saudável, ambas realizadas sob orientação, são medidas capazes de prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos. Manter o corpo em movimento também traz benefícios físicos, psicológicos e sociais, como o combate à depressão, melhora do humor, da autoestima e da coordenação motora. Uma alimentação adequada é fundamental para o bom rendimento do exercício, sendo que suplementos alimentares raramente são recomendados para desportistas (apenas para atletas). Uma boa hidratação também é essencial para repor a perda hídrica provocada pelo suor e prevenir danos ao organismo. Logo, se você deseja modificar seus hábitos alimentares e dar início a uma rotina de exercícios, procure por nutricionistas e educadores físicos para obter orientações de como realizar essas mudanças no seu estilo de vida de uma maneira correta e adequada.
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